segunda-feira, 15 de junho de 2009

Trânsito racional

“O que fazer para diminuir os acidentes? Precisamos de um estudo, realizado por técnicos, e não por "entendidos", para diagnosticar os fatores que causam ou podem causar acidentes de trânsito”


Quase diariamente, assistimos, na televisão, propagandas que contam diversas situações de desastres decorrentes de acidentes de trânsito. Um pai fala de um acidente que envolveu sua filha, em conseqüência do qual se acha em "um estado semi-vegetativo". Ao nosso perceber, esse tipo de apelo mórbido é de certa forma inócuo, pois mostra imagens em que familiares revelam o quanto sofrem em vista da falta ou mutilação de um ente querido e, na prática, o que se observa é que não estão conseguindo frear ou diminuir o número de acidentes de trânsito. O que se deve fazer para que as pessoas fiquem sensíveis aos apelos das mensagens contidas nas propagadas? O que será que levam diversas pessoas a desobedecerem às normas, se arriscando e pondo em perigo seus semelhante? Não são respostas fáceis de se obter.

O que fazer para diminuir os acidentes? Precisamos de um estudo, realizado por técnicos, e não por "entendidos", para diagnosticar os fatores que causam ou podem causar acidentes de trânsito. Quando nos referimos a um estudo não quero dizer que ele seja feito em um gabinete fechado, bem distante da realidade que encontramos nas vias. Como ponto de partida podem ser verificados em três níveis: a) Educação; b) Engenharia e c) Fiscalização.

Na área educacional temos que procurar identificar o que estar errado ou faltando para que haja uma política para o trânsito de forma eficiente. Afinal, a educação estuda o passado, transforma o presente e é imprescindível à formação de um futuro melhor; longe de representar uma inútil despesa, a educação ostenta, inequivocamente, a condição de fonte de prosperidade. Na engenharia, não será difícil verificar estradas e vias danificadas, falta ou sinalização deficiente etc. Na fiscalização, basta persistir na repressão ao cometimento de infrações causadoras de acidentes tais como embriaguez no volante, o excesso de velocidade e outras.

Reconhecidos os fatores causadores de acidentes, sejam de que ordem forem, há, então, a necessidade de medidas que tenham, efetivamente, o condão de fulminar aqueles. A conjuntura atual reclama providências imediatas. Os três níveis de governo (União, Estado e Município) devem pôr fim a querelas político-partidárias e cumprir com a obrigação moral e legal de adotar as medidas de que se necessita para um trânsito seguro, que é direito de todos.

Um trânsito racional se constrói através de uma política que tenha coragem de repudiar paixões mesquinhas, que seja capaz de propiciar, como visto, medidas urgentes e simultâneas de educação, engenharia, fiscalização, policiamento, dentre outras; sem isso, impossível dizer se teremos um trânsito em que a vida e integridade física das pessoas sejam respeitadas.

A sociedade pode exigir que cada órgão de trânsito cumpra as suas obrigações, que a política de defesa da vida seja uma realidade e não oportunismo de alguns quem queira ter apenas um slogan para poder ser destaque na mídia.

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